Álbum - 07/08/2022

Monocromático foi gestado quase todo nesse período pandêmico, entre 2020 e 2021. Tempos de isolamentos, perdas, dificuldades financeiras, términos, indignações, tristezas e solidões. Ele reflete a busca por alívio na mesma medida em que coloca para fora aquilo que não cabe.  

 

Jairo Pereira fala de esperança, de amor, espiritualidade, ancestralidade e de seu assunto recorrente, o afeto a partir da perspectiva de um homem preto em uma sociedade que tem o racismo em sua estrutura há 500 anos. Diferentemente dos últimos álbuns de Jairo, nesse ele faz um mergulho no rap, seu estilo matriz.

 

“Monocromático” nasce em busca das cores e sons de libertação, na contramão de um tradicionalismo que cresce alegando uma pretensa “neutralidade” ante a desigualdade sócio-racial de nosso país.  

 

Trazer à luz a monocromática negra, os muitos tons da nossa negritude, significa questionar a cultura branca, monocromática e hegemônica, que está acostumada a excluir a identidade cultural negra de sua visão de mundo, demonizando, oprimindo e repudiando-a. Neste trabalho, Jairo segue sua busca pelo reconhecimento de culturas e subjetividades afro diaspóricas, com um foco muito específico na realidade afro-brasileira.